quarta-feira, 30 de maio de 2007

Está na altura de apoiar o uso da bicicleta na faixa costeira

Apesar de não existirem ciclovias, o uso de bicicletas como meio de transporte está presente nas localidades da faixa costeira do concelho de Odemira, porque será?

Talvez por ser uma área plana, cheia de caminhos e onde as localidades se encontram a pouca distância umas das outras. Fica a impressão de que, para muitos, a bicicleta é a forma mais económica e eficiente de aceder a vários pontos da costa. Muitos são pescadores, crianças, jovens e idosos... há também "bandos" de cicloturistas de toda a europa em bicicletas artilhadas com suportes e carregadas de tendas e sacos-cama e garrafas de água e mapas... mas sobre estes debruçar-me-ei noutra altura.

Agora quero focar exclusivamente os munícipes que teimam em fazer da bicicleta o seu meio de transporte apesar de não terem, para tal, qualquer apoio ou incentivo por parte das entidades competentes na matéria. É a esses teimosos Super-Homens a pedais do Alentejo Litoral que eu gostava de dizer, na qualidade de ciclista Alfacinha, vocês tão muito à frente...

Vivemos numa época histórica onde já ninguém pode virar costas às alterações climáticas nem à subida do preço do petróleo, em que urge apoiar este hábitos instalados que, parecendo uma resiliência do passado, estão cada vez mais na vanguarda da história. A propósito disto veja-se: The EU's Contribution to Shaping A Future Global Climate Change Regime

Além dos aspectos ambientais/energéticos/económicos esta é uma questão de saúde e qualidade de vida. Sabemos que a população portuguesa é obesa e para o provar estão aí as estatísticas:
Portugal encontra-se numa das posições mais desfavoráveis do cenário europeu, apresentando mais de metade da população com excesso de peso e sendo um dos países do espaço Europeu em que é maior a prevalência de obesidade infantil, já que 30 por cento das nossas crianças apresentam sobrepeso e mais de 10 por cento são obesas. Estilos de vida sedentários e baixo nível de actividade física certamente têm um impacto importante nesta situação mas a alimentação é um factor muito relevante. (Portal do Governo - Lançamento da Plataforma Contra a Obesidade)

Citando o ABC da Saúde: O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares.

Nesta Guerra à Obesidade em Portugal cabe aos municípios adoptar orientações em matéria de urbanismo promotoras da actividade física, prevendo nos Planos Directores Municipais (PDM) locais públicos para a prática de exercício, actividades físicas e desportivas, entre parques, passeios pedonais e ciclovias.

Portanto, apoiar o uso da bicicleta como meio de transporte é matar muitos coelhos de uma cajadada só.

Meus caros Super-Homens a pedais do Alentejo Litoral, até que se faça alguma coisa por vós, mais vale estar prevenido e pedalar em Segurança.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Is it a bird? Is it a plane? No, it's a GIS!!!

Para todos aqueles que se indagam diariamente sobre o que será o SIG, o Odemiragem tem o enorme prazer de revelar, em primeira mão, imagens exclusivas da sua aproximação vertiginosa ao território municipal:

Esta imagem, captada por um intrépido estagiário PEPAL demonstra que, apesar do cepticismo de alguns, Os SIG vêm mesmo aí. FUJAM !!!!!!
CALMA AÍ.... Aquietem-se as almas que terão a seu cargo a arriscada tarefa de entrar em contacto com esta raça alienígena - Os SIG - com a entrevista exclusiva ao reputado especialista SPOK:


Odemiragem: Quantas vezes já entrou em contacto com Os SIG.

SPOK: Ui... sabe que já ando nesta vida de viajante estelar à muito tempo e já lhe perdi a conta!

Odemiragem: O que nos pode dizer sobre eles?
SPOK: Os SIG não mordem apesar de, por vezes, rosnarem e arregalarem umas favolas assustadoras a quem os olha de lado.

Odemiragem: Só isso?!!
SPOK: Pois... sabe que Os SIG apesar de muito poderosos são uma espécie inofensiva... quase servil. É frequente serem escravizados por outros seres estelares de tão inofensivos que são.

Odemiragem: Acha que poderão ser dominados pelos nossos funcionários da Câmara?
SPOK: É bem possível... mas essa espécie, Os Funcionários da Câmara, eu não conheço bem e preferia não me pronunciar.

Odemiragem: Compreendo a sua reserva. Muito obrigado pela entrevista e felicidades nas suas andanças estelares. Só uma última pergunta: Para onde vai a seguir?
SPOK: Aproveitando o facto de estar aqui por Odemira vou visitar uns primos meus a Tamera e depois sigo para além do infinito.

Odemiragem: Onde é que isso fica?
SPOK: Você vai como quem vai para o infinito, certo, mas vira na última à esquerda...

Odemiragem: Eu referia-me a Tamera.
SPOK: Ahhh... então adeusinho...

Foi a entrevista possível com o especialista em coisas raras e nunca antes vistas, SPOK. Era pior se fosse o Valentim Loureiro!!!


Agora a sério, um Sistema de Informação Geográfica é, grosso modo, uma base de dados associada a dados geográficos, que é como quem diz mapas. Ou seja, num mapa temos pontos, linhas e polígonos... a esta bonecada toda podemos associar dados alfanuméricos (que é como quem diz números e texto). Assim um ponto pode ser uma árvore, ou um candeeiro e a ele podem estar associados dados como: espécie, data da última poda, ou tipo de lâmpada, potência e data de substituição, respectivamente. Ou seja, bem utilizado o SIG torna-se uma potente ferramenta de apoio à gestão municipal. Agora, se o SIG for um fim em si mesmo não serve para nada. É preciso saber o que se pretende com ele. Ou, como diz o Prof. João Matos do IST a propósito de SIG: Se não sabes onde queres chegar, qualquer caminho é bom.

Para quem tiver curiosidade em obter
mais informações deixo aqui alguns sites:

- Wikipédia

- Câmara Municipal de Óbidos

- Ordem dos Engenheiros

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Engrenando na engrenagem...

Há dias em que penso que isto não é função para mim. Em que me sinto como o boneco da figura, a olhar para uma complicadíssima engrenagem de dimensões esmagadoras, que no fim de tantas roldanas, correias, parafusos, válvulas, rebites e afins...
produz tão pouco e serve tão mal a sua nobre função.


Nesses dias oiço os dizeres dos cépticos a ecoar pelo crâneo inteiro:
- Querias o quê, estás na função pública!!! - diz o popular
- Vives dentro de um organismo estruturalmente impossibilitado de cumprir com as suas atribuições!!! - diz o erudito
E as jactâncias dos oportunistas bem sucedidos:
- Eu só faço que faço e eles pagam-me para isso.

Mas felizmente há mais marés que marinheiros e dias em que, inesperadamente, sem que se perceba de onde, surge a motivação.

Quando um técnico de informática, depois de uma hora de trabalho criativo, nos elogia e incentiva a continuar aquela aplicação para a base de dados do cadastro das vias.
Ou quando um amigo de Lisboa se põe a sugerir notáveis do Concelho para topónimos.
Quando a meio da tarde recebo um telefonema do Centro de Convergência a anunciar que recebemos um subsídio para arrancar com um projecto qualquer.
Quando numa saída ao terreno encontro crianças, pescadores ou turistas a andar tranquilamente de bicicleta pela estrada fora.

Nestas visões apercebo-me da quantidade de coisas que estão por aqui à espera de um leve empurrão para começarem a acontecer, e do valor que podem ter para este lugar, que é dos mais lindos do Mundo-que-eu-conheço.

É neste campo das realidades emergentes que procuro
situar-me... é nele que reafirmo a decisão de vir para este lugar no SW Europeu.

Quanto às engrenagens por vezes enferrujadas da Câmara... como dizia uma amiga:
- Resiliência é o que é preciso.

Bora lá então!!!! Com resiliência QB... E que o poema diga: o longe é aqui.