quinta-feira, 10 de maio de 2007

Engrenando na engrenagem...

Há dias em que penso que isto não é função para mim. Em que me sinto como o boneco da figura, a olhar para uma complicadíssima engrenagem de dimensões esmagadoras, que no fim de tantas roldanas, correias, parafusos, válvulas, rebites e afins...
produz tão pouco e serve tão mal a sua nobre função.


Nesses dias oiço os dizeres dos cépticos a ecoar pelo crâneo inteiro:
- Querias o quê, estás na função pública!!! - diz o popular
- Vives dentro de um organismo estruturalmente impossibilitado de cumprir com as suas atribuições!!! - diz o erudito
E as jactâncias dos oportunistas bem sucedidos:
- Eu só faço que faço e eles pagam-me para isso.

Mas felizmente há mais marés que marinheiros e dias em que, inesperadamente, sem que se perceba de onde, surge a motivação.

Quando um técnico de informática, depois de uma hora de trabalho criativo, nos elogia e incentiva a continuar aquela aplicação para a base de dados do cadastro das vias.
Ou quando um amigo de Lisboa se põe a sugerir notáveis do Concelho para topónimos.
Quando a meio da tarde recebo um telefonema do Centro de Convergência a anunciar que recebemos um subsídio para arrancar com um projecto qualquer.
Quando numa saída ao terreno encontro crianças, pescadores ou turistas a andar tranquilamente de bicicleta pela estrada fora.

Nestas visões apercebo-me da quantidade de coisas que estão por aqui à espera de um leve empurrão para começarem a acontecer, e do valor que podem ter para este lugar, que é dos mais lindos do Mundo-que-eu-conheço.

É neste campo das realidades emergentes que procuro
situar-me... é nele que reafirmo a decisão de vir para este lugar no SW Europeu.

Quanto às engrenagens por vezes enferrujadas da Câmara... como dizia uma amiga:
- Resiliência é o que é preciso.

Bora lá então!!!! Com resiliência QB... E que o poema diga: o longe é aqui.



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